· Cidade do Vaticano ·

O Pontífice encontrou-se com os bispos do Sínodo da Igreja greco-católica

A dimensão martirial da tragédia na Ucrânia

 A dimensão martirial da tragédia na Ucrânia  POR-036
07 setembro 2023

«Na manhã de 6 de setembro, antes da audiência geral, o Papa Francisco recebeu os bispos do Sínodo da Igreja greco-católica ucraniana num ambiente adjacente à Sala Paulo vi», anunciou a Sala de Imprensa da Santa Sé, através de uma comunicação do diretor Matteo Bruni aos jornalistas acreditados.

No decurso do encontro, que durou quase duas horas, após a saudação de Sua Beatitude Svjatoslav Ševčuk, que recordou a dolorosa situação no seu país, com o crescente número de mortos, feridos e torturados, e agradeceu ao Papa o afeto demonstrado de tantas formas e em muitas ocasiões, tomaram a palavra vários participantes, cada um relatando o sofrimento que o povo ucraniano está a viver em diferentes lugares e de várias formas.

O Papa Francisco escutou atentamente as palavras que lhe foram dirigidas, exprimindo com algumas breves intervenções o seu sentimento de proximidade e de participação na tragédia vivida pelos ucranianos, com uma «dimensão de martírio» de que não se fala suficientemente, sujeitos à crueldade e à criminalidade. Manifestou o seu pesar pelo sentimento de impotência vivido perante a guerra, «uma coisa do diabo, que quer destruir», com um pensamento especial dirigido às crianças ucranianas que encontrou durante as audiências: «Olham para ti e esqueceram o sorriso» e acrescentou: «Este é um dos frutos da guerra, tirar o sorriso às crianças».

Perante a crueldade da guerra, surgiu a necessidade de rezar mais, pela conversão e pelo fim do conflito e, na sequência de um pedido recebido durante o encontro, o Papa expressou o desejo de que em outubro, particularmente nos santuários, a recitação do rosário seja dedicada à paz, à paz na Ucrânia.

Falando do diálogo que teve recentemente com alguns jovens russos, o Papa referiu-se depois à resposta que deu aos jornalistas no avião de regresso da Mongólia.

Em seguida, recordou o exemplo de Jesus durante a Paixão, que não permanece vítima de insultos, torturas e Crucificação, mas dá testemunho da coragem de dizer a verdade, de estar próximo das pessoas, para que elas não desanimem. «Não é fácil», disse, «isto é santidade, mas o povo quer que sejamos santos e mestres deste caminho que Jesus nos ensinou».

Concluindo, antes de se dirigirem juntos em oração a Nossa Senhora, o Papa confidenciou que todos os dias recorda os ucranianos nas suas orações diante do ícone da Virgem que lhe foi oferecido pelo arcebispo-mor antes de partir de Buenos Aires.