· Cidade do Vaticano ·

Encontro do Papa com as crianças do centro de verão no Vaticano

Como um avô no meio dos netos

 Como um avô no meio dos netos  POR-029
20 julho 2023

«Qual mensagem podemos levar aos nossos heróis, os pais?», perguntou o pequeno Edoardo ao Papa Francisco, que respondeu convidando as crianças presentes a repetir várias vezes «obrigado» aos pais e às mães pelo empenho em educá-los; «Quem são os super-heróis do Papa?», foi a pergunta de Elena, à qual o Pontífice, com uma ponta de emoção, respondeu: «Os avós», porque «têm sabedoria. E por isso é importante falar com eles». Rafael, o mais velho dos três, propôs uma questão um pouco mais difícil: «Como podemos ser heróis no mundo digital?». Usando-o pela sua utilidade, de modo a servir-se dele e não o contrário, foi a resposta de Francisco.

Os três pequenos “entrevistadores” participam com muitos dos seus coetâneos no Estate ragazzi, no Vaticano, e na manhã de 18 de julho receberam a visita do bispo de Roma na Sala Paulo vi , ocupada por jogos de todas as formas e tamanhos. E como um avô no meio dos netos — poucos dias antes da celebração do Dia mundial dos avós e dos idosos, que ele desejou vivamente e que se celebrará no próximo domingo — Francisco falou com eles, distribuindo gestos de afeto e ternura. Desde o primeiro momento, quando os animadores reuniram os participantes para cantar «Jesus Christ you are my life», canto que acompanhou a entrada do Papa, que chegou pouco antes das 9h30. Foi acolhido por um estrondoso aplauso dos presentes, sobretudo dos jovens, que enriqueceram a sua saudação com um “ciao”, a pedido do padre Franco Fontana, diretor da comunidade salesiana no Vaticano e capelão da Direção dos serviços de segurança e de proteção civil e dos Museus do Vaticano. O sacerdote, discípulo de Dom Bosco, deu as boas-vindas ao Pontífice em nome de todos, depois explicou-lhe os critérios de divisão das crianças por faixa etária, nos grupos de “verdes” (5-7 anos), de “amarelos” (8-10) e de “azuis” (11-13).

Em seguida, dois jovens, Giuditta e Giacomo, apresentaram a Francisco o sentido e os objetivos da iniciativa, que decorrerá até 4 de agosto. «Estamos muito gratos e felizes por poder participar ativamente nesta experiência maravilhosa», disse Giuditta. «É uma experiência preciosa para todos nós, animadores e assistentes de animação, porque nos oferece a oportunidade de crescer com estes adolescentes que nos dão tantos sorrisos e abraços todos os dias». E sublinhou, em particular, o facto de esta edição ter como ponto de partida a carta encíclica Fratelli tutti, «que funciona como uma bússola no nosso caminho, visando fazer com que os jovens compreendam a importância de gerar uma fraternidade “contagiosa” entre as pessoas, para que cada um se sinta reconhecido e respeitado simplesmente como irmão, redescobrindo a força, o valor e a beleza das relações fraternas». Um caminho, prosseguiu, que pretende frisar a importância das relações e da partilha «através da descoberta de emoções e atitudes amáveis, marcadas pela confiança e não pelo medo do outro, pelo diálogo e não pelo conflito, por gestos gratuitos e bons contra a prepotência e o egoísmo».

Uma verdadeira sinodalidade, um caminhar juntos, que ajuda «também a nós, animadores e assistentes de animação, a compreender a beleza do que fazemos, pois graças a esta experiência podemos saborear pessoalmente a importância de viver as relações entre as pessoas e de ser irmãos», concluiu Giuditta. Fez-lhe eco Giacomo, um dos “assistentes de animação”, ou seja, «aqueles jovens que, uma vez terminada a experiência no Estate ragazzi, começam uma nova aventura», desta vez como verdadeiros animadores. «Quando participemos em Estate ragazzi, disse ao Papa, os animadores eram os nossos super-heróis, eram os jovens que queríamos ser pelo seu entusiasmo, pela sua paixão, pela capacidade que tinham de nos fazer sorrir e de nos amarmos uns aos outros». Por isso, frisou, «para todos nós, vestir esta t-shirt hoje é um grande dom, é uma grande oportunidade porque nos ajuda a crescer, a assumir responsabilidades com a esperança de que em breve também nós seremos animadores e faremos ainda mais parte desta grande família».

Super-heróis foi o termo recorrente da manhã, realçado pelas notas da canção com o mesmo nome, do rapper italiano Mr. Rain, que fala precisamente da importância de sermos irmãos. Foi cantada em voz alta pelos jovens presentes e, durante a atuação, alguns membros do grupo amarelo ofereceram ao Papa Francisco desenhos feitos em grandes cartazes coloridos, que ele observou com grande atenção, distribuindo carícias aos doadores entusiasmados. E precisamente a palavra “herói” foi desenhada num medalhão de papel entregue ao Pontífice, que prontamente o colocou ao pescoço.

No final do breve diálogo, composto por três perguntas e três respostas, o animador Sergio, com as jovens Federica e Giulia, entregaram ao Pontífice, em vista da partida para a Jornada mundial da juventude em Lisboa, a mochila e a t-shirt do Estate ragazzi «para que nos leve consigo na viagem», disseram-lhe.

No final do encontro, ressoaram as notas da trilha sonora do Estate ragazzi Bee Heroes (equipe de heróis). Antes de deixar a sala, o Papa guiou a recitação do Pai-Nosso e concedeu a bênção aos presentes, pedindo-lhes que a transmitam também aos pais, avós e amigos e que não se esqueçam de rezar por ele. Por fim, posou com os protagonistas deste centro de verão dedicado aos filhos dos funcionários do Vaticano, para as habituais fotografias.

Anteriormente, o Pontífice encontrou-se no ambiente adjacente à Sala Paulo vi com os animadores e animadoras, e depois com os parceiros que apoiaram o Estate ragazzi, acreditando no projeto desde o início e contribuindo ativamente com workshops e outras iniciativas.

Rosario Capomasi