Não desvieis o olhar

Um firme “não” à retórica quando se fala dos mais necessitados, à «tentação insidiosa de se deter em estatísticas e números»; e uma exortação a considerá-los “pessoas” que «têm rostos, histórias, corações e almas», com cada um dos quais «é importante entrar numa relação pessoal». Ambos estão contidos na mensagem papal — divulgada a 13 de junho — para o sétimo Dia mundial dos pobres, que será celebrado a 19 de novembro. Dedicado ao tema «Não desvieis o olhar dos pobres» (Tb 4, 7) e inspirado nas histórias dos personagens bíblicos Tobi e Tobias, o texto parte de uma imagem fortemente evocativa: «Um rio de pobreza, escreve Francisco, atravessa as nossas cidades e torna-se cada vez maior até transbordar; esse rio parece submergir-nos, de tal modo que o grito dos irmãos e irmãs que pedem ajuda, apoio e solidariedade se torna cada vez mais forte». Eis então a proposta concreta: o Papa Bergoglio convida «a partilhar o almoço de domingo, depois de ter partilhado a Mesa eucarística», recordando que a especulação, a injustiça, a precariedade do mundo do trabalho aumentam a miséria «obrigando as pessoas a privações que atentam contra a dignidade de cada pessoa».

Mensagem do Santo Padre