· Cidade do Vaticano ·

Intenção de oração do Papa para o mês de junho

A comunidade internacional comprometa-se na abolição da tortura

 A comunidade internacional  comprometa-se na abolição da tortura  POR-023
07 junho 2023

«Tortura. Meu Deus, a tortura!»: inicia com esta exclamação de Francisco o vídeo divulgado a 30 de maio pela Rede mundial de oração do Papa. «A tortura não é uma história de ontem. Infelizmente, faz parte da nossa história atual», sublinha o Pontífice. A ponto que na intenção para o mês de junho — dedicada precisamente à abolição da tortura — uma pergunta se repete continuamente: «Como é possível que a capacidade de crueldade do homem seja tão grande?».

Na curta-metragem passam imagens de pessoas torturadas, submetidas a restrições de liberdade, assediadas no corpo e no espírito. O Papa recorda: «Há formas de tortura muito violentas, outras mais sofisticadas: como os tratamentos degradantes, a privação dos sentidos ou as detenções em massa em condições desumanas, que tiram a dignidade da pessoa». No entanto, evidencia Francisco, «isto não é uma novidade. Pensemos no modo como o próprio Jesus foi torturado e crucificado». No vídeo, o Papa Francisco exprime esta ideia através dos pormenores do Ecce homo do homónimo santuário em Mesoraca, na província de Crotone, que impressionam pela sua dramaticidade.

Seguem-se imagens de prisioneiros em condições desumanas: alguns estão amarrados a uma cadeira, outros encarapuçados e outros ainda têm as mãos amarradas com cordas e cordões. Vislumbres de sofrimento, desolação, abusos, vistos através de lugares e instrumentos comuns a todas as latitudes, como baldes de água, baterias elétricas, alicates, martelos. Então o forte apelo para pôr fim a «este horror da tortura. É imprescindível — exorta Francisco — colocar a dignidade da pessoa acima de tudo. Caso contrário, as vítimas não são pessoas, mas “coisas”, e podem ser duramente abusadas, provocando a morte ou causando danos psicológicos e físicos permanentes». Por fim, um convite a rezar para que «a comunidade internacional se empenhe concretamente na abolição da tortura, garantindo apoio às vítimas e às suas famílias».

O jesuíta Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede mundial de oração do Papa, sublinha a este propósito que «sejam quais forem as razões, a tortura não pode ser legitimada. Francisco já o disse claramente várias vezes». Basta recordar o tweet de 26 de junho de 2018, quando o Pontífice afirmou: «Torturar as pessoas é pecado mortal! As comunidades cristãs comprometam-se a apoiar as vítimas da tortura».

Esta intenção de oração não é casual: com efeito, 26 de junho é o Dia internacional das Nações Unidas em apoio às vítimas da tortura, que assinala a entrada em vigor, em 1987, da Convenção das Nações Unidas contra a tortura e outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes (uma convenção ratificada por 162 países), aprovada em 1984.

Difundido através do site www.thepopevideo.org, o filme traduzido em 23 línguas e com cobertura da imprensa em 114 países foi criado e produzido pela Rede mundial de oração, em colaboração com a agência La Machi e o Dicastério para a comunicação.