Amanhã, 28 de abril, o Papa Francisco voltará à capital húngara, ao coração da Europa centro-oriental, dois anos e meio depois da sua viagem precedente, a 15 de setembro de 2021. Só que naquela ocasião foi uma escala de poucas horas, para celebrar um evento específico — o 52º Congresso eucarístico internacional, na presença de fiéis de 83 nações — e depois continuar a viagem rumo à Eslováquia; desta vez trata-se de uma visita pastoral de três dias à Igreja da Hungria e ao país. Portanto, um encontro com um “tom diferente”, fortemente desejado para cumprir a «promessa de voltar, feita» pelo Pontífice no voo de regresso da capital eslovaca, comentou o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni na manhã de 21 de abril.
Apresentando o programa, Matteo Bruni recordou que, antes de Bergoglio, o único Papa que tinha visitado a terra magiar fora São João Paulo ii , por duas vezes: em agosto de 1991, após a queda do regime comunista em 1989, com a consequente nova legislação sobre a liberdade religiosa e o restabelecimento das relações diplomáticas em 1990; e em setembro de 1996. No primeiro caso, Wojtyła chegou diretamente da sua Polónia, onde tinha celebrado a Jmj em Częstochowa; no segundo, foram dois dias, com etapas em Budapeste, na abadia de Pannonhalma e na diocese de Győr.
Na ocasião, o diretor da sala de imprensa anunciou também que a 41ª viagem internacional de Francisco, a segunda em 2023, depois daquela à África, apresenta uma novidade em relação ao que foi anunciado antes: o encontro com a Igreja greco-católica húngara. No pano de fundo estão a guerra na vizinha Ucrânia, com a qual a Hungria partilha 170 km de fronteira, e a questão do acolhimento das pessoas que fogem do conflito: um milhão de ucranianos atravessaram a fronteira e a maior parte deles continuou a viagem rumo ao Ocidente, mas muitos ficaram lá. Além disso, em Budapeste e nos arredores, ainda está viva a memória das perseguições que duraram mais de 40 anos após a ocupação soviética em 1945. Estas questões estarão presentes nos seis discursos (cinco mais uma homilia, seguida pela recitação do Regina Caeli), que o Papa pronunciará em italiano.
A partida está prevista para a manhã de sexta-feira 28, do aeroporto romano de Fiumicino, com a chegada a Budapeste em menos de duas horas de voo. O Papa irá primeiro ao Palácio Sándor, onde terão lugar: na praça, a cerimónia de boas-vindas; dentro do edifício, a visita de cortesia ao presidente da República e um encontro com o primeiro-ministro. Seguir-se-á, no vizinho ex-mosteiro carmelita, sede do chefe do governo húngaro, o primeiro encontro com discurso público: com as autoridades, os representantes da sociedade civil e o corpo diplomático. À tarde, Francisco estará com os bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados, consagradas, seminaristas e agentes pastorais húngaros na concatedral de Santo Estêvão, em representação de todos os católicos húngaros, que constituem 39% da população (cerca de dez milhões de habitantes) na sua maioria cristã (52,8% do total).
O dia de sábado, 29, começará com uma visita particular às crianças com deficiência visual e motora do instituto intitulado ao beato László Batthyány-Strattmann (1831-1870), médico elevado às honras dos altares há 20 anos, em 23 de março de 2003, por João Paulo ii . O Lar das crianças cegas foi sempre dirigido pela irmã Anna Fehér — também ela deficiente visual e conhecida como a “Madre Teresa da Hungria” — até à sua morte, ocorrida a 13 de janeiro de 2021.
Em seguida, Francisco encontrar-se-á com os pobres e refugiados na igreja de Santa Isabel da Hungria. Entre eles, alguns ciganos — que representam 3,2% da população do país — os quais interpretarão uma canção tradicional. Depois, o Pontífice irá a pé até à vizinha paróquia greco-católica da Proteção da Mãe de Deus. Foi o próprio Papa que, a 20 de março de 2015, reorganizou a pastoral de cerca de 400.000 fiéis de rito bizantino, concentrados sobretudo no nordeste do país.
No sábado à tarde encontrar-se-á com os jovens no Papp László Budapest Sportaréna; depois, privadamente, com os membros da companhia de Jesus, na sede da nunciatura apostólica.
Concluindo, no domingo 30, o Papa celebrará a missa matutina na praça Lajos Kossuth e, à tarde, terá um encontro com o mundo académico e cultural na faculdade de Informática e Ciências biónicas da Universidade católica Péter Pázmány. Depois, por volta das 17h30, chegará ao aeroporto para a cerimónia de despedida da Hungria.