Paz duradoura
«Uma paz duradoura só pode ser uma paz sem armas»; e «também nos casos de legítima defesa, o objetivo é a paz». Reiterou Francisco energicamente na mensagem de vídeo, transmitida na tarde de 30 de março através da Rede mundial de oração do Papa, que contém a intenção para o mês de abril sobre o tema «Por uma cultura da não-violência».
No 60º aniversário da Pacem in terris, assinada a 11 de abril de 1963, Francisco retoma com força o subtítulo da encíclica de João xxiii — «Sobre a paz entre todos os povos, fundada na verdade, na justiça, no amor e na liberdade» — utilizando uma sua frase relevante como nunca: «a guerra é uma loucura, está fora da razão». No ecrã escorrem imagens de um tanque meio destruído perto de uma casa reduzida a escombros sobre cujos restos é projetado o rosto do Papa Roncalli. Seguem-se outras cenas de territórios e pessoas marcadas por conflitos e violência, acompanhadas de retratos de mulheres e homens que dedicaram a vida à promoção da não-violência.
«Cada guerra, cada conflito armado, acaba sempre por ser uma derrota para todos», afirma o bispo de Roma, enquanto o rosto de Santa Teresa de Calcutá que se destaca num muro desabado parece trocar o próprio olhar com o de uma criança sentada sobre os restos de um edifício bombardeado.
As filmagens mostram depois o rosto de Mahatma Gandhi, precisamente enquanto Bergoglio invoca a cessação do uso das armas; depois Martin Luther King “deitado” no asfalto de uma rua dos eua onde houve um tiroteio e o Papa, entretanto, exorta: «Façamos da não-violência, tanto na nossa vida quotidiana como nas relações internacionais, um guia para as nossas ações». Por este motivo Francisco insiste sobre o tema do desarmamento a todos os níveis, concluindo com um pedido de oração por «uma maior difusão de uma cultura da não-violência, que passa por um recurso cada vez menor às armas, tanto por parte dos Estados como dos cidadãos».
O jesuíta Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede mundial de oração do Papa, evidenciou a propósito que «a paz entre os povos começa na parte mais concreta e íntima do coração: quando encontro o outro na rua, sobretudo aquele que vem de outro lugar», acrescentando que «a guerra e o conflito começam cada vez que permitimos que a violência substitua a justiça e o perdão».
Difundido através do site www.thepopevideo.org o filme, traduzido em 23 línguas, foi criado e produzido pela Rede mundial de oração, em colaboração com a agência La Machi e o Dicastério para a comunicação.