Os homens sabem-no, mas repetem ciclicamente o mesmo erro: jogar a fazer-se Deus. Fazem revoluções e iniciam guerras para trazer o céu à terra e realizar o paraíso, prometendo liberdade e felicidade. E pontualmente o resultado é o oposto, eles realizam o inferno, os escombros, a dor para «os homens que sofrem pelos crimes de guerra», como o Papa disse no Angelus de domingo passado.
Também no domingo, em Mariupol, teve lugar a visita do presidente russo, Vladimir Putin, que foi recebido como um libertador que «hoje trouxe o Paraíso». E no dia seguinte o General Petraeus, que há exatamente vinte anos liderou a guerra dos eua contra o Iraque, embora reconhecendo “alguns erros” por detrás desse conflito, sublinha que os soldados americanos foram recebidos como libertadores.
No coração da revolução francesa, o jovem Saint-Just, braço direito do incorruptível Robespierre, pronunciou estas palavras solenes no parlamento: «A felicidade é hoje uma nova palavra na Europa. Os jovens Jacobinos trouxeram a liberté a golpes de guilhotina, que acabou por cortar também a cabeça deles, porque «os deuses têm sede, como disse Anatole France. Os deuses da guerra têm sede de sangue humano, mas por sorte há também outra história: a de um Deus que se faz homem e se oferece como pão para comer, corpo e sangue oferecido a nós homens e para a nossa salvação.
Andrea Monda