Publicamos a seguir o discurso que o Papa dirigiu os artistas do concerto de Natal no Vaticano, recebidos em audiência na manhã de 17 de dezembro, na sala Clementina.
Prezados amigos, bom dia e bem-vindos, e muito obrigado pelos bons votos que me formulastes, obrigado!
Obrigado por terdes desejado dedicar esta edição do Concerto de Natal ao tema da paz. A paz é a síntese de todas as coisas boas que podemos desejar, e por ela vale a pena dedicar o melhor das nossas energias materiais, intelectuais e espirituais.
Como sabemos, a paz constrói-se dia após dia, é um desejo que acompanha e motiva a nossa vida diária. Mas infelizmente, neste momento histórico, a paz é também uma emergência, como diz o slogan de promoção do projeto solidário ligado ao Concerto. Na Ucrânia, os salesianos das “Missões de Dom Bosco” estão ao lado das populações, trabalhando para acolher refugiados e distribuir alimentos e medicamentos. Queremos apoiá-los com esta iniciativa; mas todos nós, em qualquer função, somos chamados a ser artífices de paz, a rezar e a trabalhar pela paz.
A adesão de tantos artistas a este projeto testemunha a vontade de participar na solidariedade para com os irmãos e irmãs que sofrem devido à guerra, e que o Natal nos convida a sentir mais próximos. Com efeito, a mensagem que a Palavra de Deus nos dirige no tempo de Advento não é uma mensagem de resignação nem de tristeza, mas uma mensagem de esperança e de alegria, uma mensagem a interiorizar e transmitir. E nesta “comunicação” entram em jogo também a música e o canto. A liturgia e as tradições populares do Natal estão repletas de música e de canções. A própria narração evangélica fala-nos do hino dos anjos: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens, por Ele amados» (Lc 2, 14).
Com o vosso canto, vós ajudais a difundir esta mensagem de amor e de vida, sensibilizando muitos corações e ampliando o perímetro da fraternidade. É assim que Deus age na história humana, até em cenários dolorosos e desolados: chama todos nós com a misericórdia, serve-se dos nossos talentos assim como dos nossos limites, e deseja salvar a humanidade de hoje. No Natal e todos os dias!
Amados amigos, o vosso talento é um dom e também uma responsabilidade, pela qual agradecer e sobre a qual estar consciente, enquanto — como escreveu aos artistas São João Paulo ii — «com dedicação apaixonada procurais novas epifanias da beleza, a fim de fazer delas um dom para o mundo» (Carta aos artistas, 4 de abril de 1999). A música tranquiliza, dispõe ao diálogo, favorece o encontro e a amizade. Neste sentido, é um caminho aberto para a paz.
Obrigado por terdes vindo! Faço os melhores votos a vós e aos vossos entes queridos! Concedo-vos de coração a minha bênção e peço a Deus que vos abençoe! E, por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Obrigado!