São «elevados» os números relativos às pessoas desaparecidas na Ucrânia desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro: mais de 15.000, anunciou a Comissão internacional para as pessoas desaparecidas ( icmp ), com o seu diretor para a Europa, Matthew Holliday. A organização, com sede em Haia, criada a seguir às guerras balcânicas dos anos 90, abriu um gabinete em Kyiv em julho passado para documentar e procurar localizar as pessoas desaparecidas durante o conflito.
Há contactos constantes com autoridades e famílias, mães, esposas e filhos, que ao mais inconsolável desespero unem aquela força – feita de tenacidade e ao mesmo tempo de esperança — que só pode brotar da busca de um ente querido do qual nada se sabe. Holliday frisou que atualmente não se conhece o número de pessoas que foram deportadas à força, que foram detidas, que ainda estão vivas e separadas dos seus familiares, ou que foram mortas.
A busca dos desaparecidos durará anos, até depois do fim dos combates, acrescentou o representante do icmp , salientando que 15.000 é um número «prudente», se considerarmos que só na cidade portuária de Mariupol as autoridades calculam que até 25.000 pessoas foram mortas ou desapareceram.
Graças à arquivação de amostras de adn num banco de dados e à busca de correspondências com os parentes, a organização identificou mais de 27.000 pessoas consideradas desaparecidas durante os conflitos na ex-Jugoslávia. Ao longo do tempo, participou nos trabalhos de escavação em mais de 3.000 valas comuns. Com base neste compromisso, salientou Holliday, «o essencial é pôr em prática as medidas certas para assegurar que o maior número de pessoas possa ser identificado». (giada aquilino)