Uma nova etapa preciosa no caminho da fraternidade e da compreensão entre os povos, as religiões e as culturas, no sinal do diálogo como raiz de paz, a fim de procurar uma saída para as dores deste tempo. Assim Matteo Bruni, diretor da Sala de imprensa da Santa Sé, apresentou a 28 de outubro a viagem do Papa Francisco ao Bahrein, que começa a 3 de novembro.
Durante o habitual briefing para apresentar o programa aos jornalistas acreditados, Matteo Bruni anunciou que nos quatro dias o Pontífice pronunciará seis discursos em italiano e uma homilia em espanhol, dos quais estão previstas traduções simultâneas ou alternadas.
Na trigésima nona visita internacional do pontificado, a quarta deste ano, Bergoglio será o primeiro Papa na história a visitar o pequeno Estado insular do Golfo.
Convidado por ocasião do “Bahrain fórum for dialogue: East and West for human coexistence”, o bispo de Roma continua ao longo de um percurso de aproximação das diferentes correntes do vasto mundo muçulmano, na constante busca de aliados para a causa da paz, como testemunhado pela sua recente visita ao Cazaquistão em setembro passado.
Aceitando o convite das autoridades civis e eclesiásticas do país, o Pontífice visitará a cidade de Awali e a capital Manama. O avião partirá na manhã de quinta-feira 3 do aeroporto de Fiumicino, em Roma, com destino à Base aérea de Sakhir, em Awali, onde o acolhimento oficial terá lugar à tarde, no momento da aterragem. Seguir-se-ão a visita de cortesia ao rei Hamad Bin Issa Bin Salman Al Khalifa no Palácio real de Sakhir e a cerimónia de boas-vindas no pátio do mesmo palácio, com o habitual encontro reservado às autoridades, à sociedade civil e ao corpo diplomático.
No dia 4, Francisco participará no encerramento do encontro inter-religioso e intercultural na praça Al-Fida’, no complexo do Palácio real construído na região desértica, da qual tem o nome, Shakir. No mesmo complexo encontra-se também a residência papal no Bahrein, tendo a representação papal sede no Kuwait. E na residência que o hospeda, Francisco encontrar-se-á em particular, à tarde, com o grão-imã de Al-Azhar, Ahmad Muhammad Al-Tayyeb, acrescentando mais uma peça a um vínculo já consolidado ao longo do tempo que os levou a reunir-se várias vezes e que teve o seu momento mais significativo com a assinatura conjunta do Documento sobre a fraternidade humana pela paz mundial e a convivência comum, também conhecido como Declaração de Abu Dhabi, assinado a 4 de fevereiro de 2019.
Na mesma tarde, o Papa irá à mesquita do Palácio real de Sakhir para se encontrar com os membros do Muslim Council of Elders; em seguida participará num encontro ecuménico com oração pela paz na catedral católica de Nossa Senhora da Arábia, construída num terreno doado pelo soberano do país.
Também neste caso, a comunidade dos batizados constitui um “pequeno rebanho” em comparação com a maioria muçulmana da população. E é precisamente para os católicos do país que Francisco celebrará a Missa na manhã de sábado 5 no Estádio Nacional do Bahrein, e à tarde saudará os jovens na escola do Sagrado Coração, também em Awali.
No domingo 6, Francisco irá à capital Manama para rezar e recitar o Angelus com os bispos, sacerdotes, consagrados, seminaristas e agentes pastorais reunidos na Igreja do Sagrado Coração. Trata-se da mais antiga do Golfo, e foi construída no final dos anos 30 do século passado pelos primeiros imigrantes que chegaram em busca de trabalho graças ao boom petrolífero.
No final da manhã, o Papa regressará a Awali para a cerimónia de despedida na Base aérea de Sakhir. Partirá para Roma num avião da companhia Gulf air, com chegada ao aeroporto de Fiumicino prevista pelas 17h00.