A Casa do Papa
A Casa do Papa está sempre aberta a todos: salientou o arcebispo Edgar Peña Parra, substituto da Secretaria de Estado, por ocasião da inauguração, a 20 de setembro, da sede da nunciatura apostólica em Díli, no âmbito da visita a Timor Leste que começou no dia 19.
Excelência
Senhor Presidente José Ramos-Horta
Distintos Membros do Governo
e do Corpo Diplomático
Distintas Autoridades
religiosas e civis
Senhoras e Senhores!
Gostaria de começar expressando as cordiais saudações e a proximidade espiritual de Sua Santidade o Papa Francisco a todos os presentes. Recordando em particular a memorável e inspiradora visita de São João Paulo ii em 1989, o Papa Francisco deseja que esta nova Nunciatura Apostólica possa servir como mais um sinal concreto da solicitude e preocupação que os Papas sempre demonstraram pelo povo deste nobre país insular. Por isso é um prazer para mim dar as boas-vindas a todos vós nesta nova missão diplomática, nesta nova Casa do Papa, que assistirá o Representante pontifício no desempenho da sua missão em Timor Leste e na Igreja católica local.
O edifício que hoje inauguramos foi projetado como “edifício verde”, de acordo com os ensinamentos do Papa Francisco na sua Carta encíclica Laudato si’, em conformidade com o estilo arquitetónico desta parte da cidade. Esta desejada harmonia arquitetónica é um reflexo das excelentes relações bilaterais entre a República Democrática de Timor Leste e a Santa Sé. Portanto, é apropriado que a presente celebração tenha lugar no ano que marca o 20º aniversário quer da independência do país, quer do estabelecimento de relações diplomáticas. Deve ser feita uma menção especial aos progressos significativos feitos na implementação do Acordo de 2015 entre Timor Leste e a Santa Sé relativamente a vários aspetos da vida e do serviço da Igreja católica no país.
Estou certo de que todos os elementos positivos que acabam de ser mencionados se devem, em grande medida, à apreciação de Timor Leste quanto ao papel positivo que a religião pode desempenhar na vida de um país. Por sua vez, a fé católica é importante para a identidade do país, do passado e do presente. Tem servido o povo como fonte de força e consolação em bons e maus momentos durante mais de quinhentos anos. Esta realidade foi recentemente reconhecida pelo Santo Padre quando chamou sua eminência Virgílio do Carmo da Silva, arcebispo de Díli, para fazer parte do Colégio cardinalício, criando-o primeiro cardeal na história da Nação.
O respeito que o país tem pela religião reflete-se também na decisão do Parlamento nacional de adotar o Documento sobre a fraternidade humana em prol da paz mundial e da convivência comum de 2019, assinado pelo Papa Francisco e pelo grão-imã de Al-Azhar Ahmad Al-Tayyeb, em Abu Dhabi. É encorajador que o conteúdo do Documento, que fala de valores fundamentais partilhados por crentes e pessoas de boa vontade, esteja a ser incorporado no currículo académico das escolas, para que possam orientar os jovens no seu desejo de serem bons cidadãos não só deste país, mas também do mundo. Com efeito, só reconhecendo a dignidade inerente a todas as pessoas poderemos alcançar uma verdadeira reconciliação e paz para as feridas do passado e criar uma sociedade justa e próspera para as gerações futuras.
Falando da importância da fé católica para o povo de Timor Leste, não posso deixar de mencionar que esta nova nunciatura apostólica também manifesta a solicitude pastoral do Santo Padre pela Igreja católica local. Para esta finalidade, serve também como fonte de encorajamento e renovação para os fiéis católicos que continuam a servir a Deus e ao próximo, especialmente os mais pobres e vulneráveis desta terra.
Para concluir, a nossa celebração de hoje não seria possível sem a dedicação e ajuda de muitas pessoas. Antes de mais, estou grato às Autoridades civis pelos seus esforços na ajuda da Santa Sé para a obtenção do terreno, e ao empreiteiro, senhor Loy Meng Kenk, e aos operários pela conclusão do projeto, apesar dos muitos desafios causados pela pandemia. Uma palavra de agradecimento dirige-se também a quantos ofereceram contribuições específicas ao projeto, incluindo o Presidente Ramos-Horta, que nos honra com a sua presença, a Conferência episcopal de Timor Leste, a Conferência dos superiores maiores dos religiosos, a Universidade católica São João Paulo ii, a Timor Telecom e a senhora Maria Domingas Alves Fernandes, com a sua família. Por fim, gostaria de agradecer ao núncio apostólico, arcebispo Wojciech Załuski, e ao encarregado dos Assuntos, monsenhor Marco Sprizzi, pelo seu paciente e competente trabalho no projeto, e a todos aqueles que não mencionei e que contribuíram para tornar este desejo do Santo Padre uma realidade.
Com espírito de ação de graças e de alegria, agora inauguramos a nova nunciatura apostólica, a nova Casa do Papa em Timor Leste. Obrigado pela vossa amável atenção e especialmente pela vossa presença!