A 7 de maio de 1998, um homem entrou no quarto de Shannon Schieber, estudante na Wharton School of Business. Violentou-a, como tinha feito a outras mulheres antes, e matou-a. A sua mãe Vicki — mulher de profunda fé católica, tendo sido noviça de uma congregação religiosa durante um período da sua vida — desde então tem viajado pelos Estados Unidos, para lembrar à opinião pública e à classe política que a pena de morte para os assassinos não é a solução.
«O meu marido e eu — disse uma vez falando no Senado — crescemos em famílias muito religiosas onde o ódio nunca foi tolerado e onde se pensava que a forma máxima de ódio era o assassínio deliberado de outra pessoa. Continuando os princípios com que eu e o meu marido fomos educados e com os quais criámos a nossa filha, não podemos em consciência apoiar o assassinato de ninguém, nem sequer do assassino da nossa filha, se esta pessoa puder ser condenada à prisão perpétua sem condicional e, portanto, já não for um perigo para a sociedade».
A mãe de uma vítima que se mobiliza contra a pena de morte é um testemunho poderoso: das universidades às paróquias, passando por eventos organizados pela Catholic Mobilizing Network, Vicki Schieber há 24 anos procura explicar (também a muitos católicos) que justiça e vingança são duas coisas diferentes: «Não é invocando a pena de morte que honraríamos melhor a vida da nossa filha, nem a condenação do seu assassino nos ajudaria a lidar com as memórias dolorosas das suas esperanças e sonhos não realizados. Por mais difícil que seja, devemos procurar evitar a raiva, que mata, e encontrar uma forma para curar. Uma execução, talvez vinte anos após a condenação, destrói a vida até da família do assassino, que não tem culpa».