«Para que nós cristãos, face aos novos desafios da bioética, possamos sempre promover a defesa da vida através da oração e da ação social», é a intenção do Papa Francisco para o mês de março, divulgada pela Rede mundial de oração do Papa através de um vídeo publicado a 9 de março no site www.thepopevideo.org e através da aplicação Click To Pray.
As inovações e desenvolvimentos no campo da ciência, disse o Pontífice, fizeram com que a bioética colocasse «uma série de problemas aos quais devemos responder» e diante dos quais, com consciência, «não podemos esconder a cabeça na areia como avestruzes».
Acerca das aplicações biotecnológicas, a recomendação do Papa é que «devem ser sempre utilizadas com respeito pela dignidade humana». Em particular, advertiu Francisco, os embriões humanos «não podem ser tratados como material descartável». De facto, existe o risco de que também eles possam tornar-se parte da cultura do descarte que, como repetiu várias vezes, «causa tantos danos» e não respeita a vida no seu sentido integral.
Além disso, o Pontífice admoestou que «não podemos permitir que o lucro económico condicione a investigação biomédica».
A fim de poder compreender estas profundas mudanças científicas, o Bispo de Roma propôs que sejam abordadas «com um discernimento ainda mais profundo e subtil». Não se trata, explicou, «de impedir o progresso tecnológico», mas de o acompanhar, «de proteger tanto a dignidade humana como o progresso». Além disso, concluiu, «não podemos pagar o preço do progresso com a dignidade humana». Os dois devem andar de mãos dadas, «harmoniosamente juntos».
Segundo o jesuíta Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede mundial de oração do Papa, «Francisco insiste sempre acerca da necessidade de um maior discernimento sobre os desafios da bioética, sobre a necessidade de respeitar a vida humana e de não procurar de forma alguma os próprios interesses em lógicas de mercado que não têm limites». Retomando as palavras do Pontífice, o diretor sublinhou que são indispensáveis «critérios de discernimento que ajudem a emergir da cultura do descarte» e a promover «o respeito pela vida no sentido integral», ao longo do seu percurso, desde o nascimento até à morte natural.
Realizado em conjunto com a Pontifícia Academia para a Vida, o vídeo, traduzido em 23 línguas, foi criado e produzido pela Rede mundial de oração em colaboração com a agência La Machi e o Dicastério para a comunicação.