· Cidade do Vaticano ·

Na Rússia protestos contra a guerra não obstante a repressão

Entre os manifestantes presos também uma idosa que sobreviveu ao cerco de Leningrado

Law enforcement officers escort an elderly woman during an anti-war protest against Russia's ...
08 março 2022

Protestos espontâneos em nome da paz contra a intervenção militar na Ucrânia continuam na Rússia, apesar do blackout informativo imposto por Moscovo. A repressão e as crescentes restrições à liberdade de expressão também tentaram silenciar Yelena Osipova, de 80 anos, uma conhecida sobrevivente do cerco nazi de Leningrado. Mas a força da imagem da idosa, artista e ativista, que a 2 de março foi às ruas de São Petersburgo segurando cartazes anti-guerra — um dos quais dizia: «Soldado, larga a tua arma e serás um verdadeiro herói!» — Deu a volta ao mundo. A mulher foi levada pela polícia no meio dos gritos de centenas de manifestantes, mas o vídeo do seu protesto e detenção tornou-se imediatamente viral. Mais de 7.600 pessoas foram presas desde que as manifestações começaram, relatou o site da ong pelos direitos civis Ovd-Info, informando já foram detidos mais 780 manifestantes em 34 cidades. Pelo menos 353 pessoas foram detidas em São Petersburgo e mais de 300 em Moscovo.

Entretanto, os poucos meios de comunicação social independentes, pelo menos aqueles que ainda não foram fechados, devem mover-se dentro de rígidos limites. A Novaya Gazeta informa que as autoridades ordenaram a remoção de todo o material e conteúdo de sites e jornais que descrevem operações militares na Ucrânia com os termos «guerra, invasão ou agressão», sob pena de fechamento imediato.