Publicamos a mensagem enviada pelo Papa à diretora-geral da Unesco, lida na tarde de 12 de novembro pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado, por ocasião do aniversário do organismo.
À Senhora Audrey Azoulay
Diretora-Geral da Unesco
É com alegria que me uno à celebração do 75º aniversário da Unesco. Não é apenas a ocasião para recordar a entrada em vigor da Constituição, mas também e sobretudo para repensar o projeto fundamental de «contribuir para a manutenção da paz e da segurança, favorecendo, através da educação, da ciência e da cultura, a colaboração entre as nações» (art. 1 do Ato constitutivo da Unesco). Era natural que a Igreja católica aderisse a este grande projeto, devido à «ligação orgânica e constitutiva que existe entre a religião em geral e o cristianismo em particular, por um lado, e a cultura, por outro» (São João Paulo ii , Discurso à Unesco, n. 9, 2 de junho de 1980). Desejo que esta colaboração permita desenvolver não apenas a reaproximação das culturas, mas também uma verdadeira “cultura da reaproximação”. Construir pontes entre os homens através da educação e da cultura só se pode fazer, tendo em consideração a pessoa humana na sua integridade. Pois bem, a Igreja católica dá testemunho da verdade que recebeu sobre o homem, a sua origem, a sua natureza e o seu destino: ela afirma que cada pessoa não se define antes de tudo pelo que possui, mas pelo que é, pela dignidade que Deus lhe confere, pela sua capacidade de se superar a si própria e de crescer em humanidade. Regozijando-me pelo trabalho já realizado, faço votos de que esta venerável Instituição continue a promover e apoiar uma educação e uma cultura que tenham em consideração o desenvolvimento integral de cada pessoa, também na sua fundamental dimensão espiritual. Com esta esperança, concedo a minha Bênção a cada um de vós, às vossas famílias e aos vossos colaboradores.
Vaticano, 11 de novembro de 2021.
Francisco