Hoje há necessidade de «um processo educativo» que favoreça «um modelo cultural de desenvolvimento e sustentabilidade centrado na fraternidade e na aliança entre os seres humanos e o meio ambiente», afirmou o Papa na mensagem de vídeo — cujo texto publicamos a seguir — enviada aos participantes no seminário dedicado à promoção de uma educação sustentável que se realizou a 29 de setembro, em Milão, como parte do Youth4Climate, encontro organizado pela Itália no quadro da copresidência ítalo-britânica da Cop26.
Gostaria de vos agradecer pelos sonhos e bons projetos que tendes e pelo facto que vos preocupais quer com as relações humanas quer com os cuidados para com o meio ambiente. Obrigado. É uma preocupação que faz bem a todos. Esta visão é capaz de desafiar o mundo adulto, pois revela o facto de não só estar preparado para a ação, mas também disponível para a escuta paciente, o diálogo construtivo e a compreensão recíproca.
Por conseguinte, encorajo-vos a unir esforços através de uma ampla aliança educacional para formar gerações que sejam firmes no bem, maduras, capazes de superar a fragmentação e reconstruir o tecido de relações para que possamos alcançar uma humanidade mais fraterna. Diz-se que sois o futuro, mas nestes aspetos sois o presente, sois aqueles que hoje, no presente, construís o futuro. O Pacto Educativo Global — lançado em 2019 — vai nesta direção e procura dar respostas partilhadas à mudança histórica que a humanidade vive e que a pandemia tornou ainda mais evidente. As soluções técnicas e políticas não são suficientes, se não forem apoiadas pela responsabilidade de cada membro e por um processo educativo que favoreça um modelo cultural de desenvolvimento e sustentabilidade centrado na fraternidade e na aliança entre o ser humano e o meio ambiente. Deve haver harmonia entre as pessoas, homens e mulheres, e o meio ambiente. Não somos inimigos, não somos indiferentes. Somos parte desta harmonia cósmica.
Através de ideias e projetos comuns, podem ser encontradas soluções para superar a pobreza energética e que ponham o cuidado dos bens comuns no centro das políticas nacionais e internacionais, promovendo a produção sustentável, a economia circular, a partilha de tecnologias apropriadas. Este é o momento de tomar decisões sensatas para saber aproveitar ao máximo as muitas experiências adquiridas nos últimos anos, a fim de tornar possível uma cultura do cuidado, uma cultura de partilha responsável.
Acompanho o vosso caminho e encorajo-vos a levar em frente o trabalho pelo bem da humanidade. Deus vos abençoe a todos! Obrigado.