Contra o escândalo da fome, «que afeta particularmente as crianças mais pequeninas», o Papa Francisco voltou a elevar a sua voz, denunciando, no Angelus de domingo 25 de julho (que publicamos na página 8), a “tragédia” interminável dos milhares de crianças que morrem todos os dias no mundo — até sete mil com menos de cinco anos — «por razões ligadas à desnutrição, porque não têm o suficiente para viver». As suas palavras inspiraram-se no Evangelho da Liturgia dominical centrado no «famoso episódio da multiplicação dos pães e dos peixes», que o Pontífice transpôs para o contexto atual com uma observação concreta: que «ainda hoje a multiplicação dos bens não resolve os problemas sem uma partilha justa».
A admoestação do Papa foi feita na véspera da abertura da conferência que inicia em Roma a 26 do corrente mês, tendo em vista a próxima cimeira mundial sobre sistemas alimentares (unfss), organizada pelas Nações Unidas e que terá lugar em Nova Iorque em setembro próximo. O objetivo é promover sistemas alimentares resilientes e fazer avançar uma agricultura melhor.