O Documento é simples e direto, como convém a um instrumento pastoral; lê-se facilmente em uma hora. É estruturado em seis capítulos [e uma conclusão] e acompanhado por muitas fotografias.
No primeiro capítulo, relata-se sucintamente o que representaram as jmj nestes últimos 35 anos de vida da Igreja: foram essencialmente um dom para a inteira comunidade eclesial, como o confirmaram todos os Papas que as celebraram.
O segundo capítulo concentra-se na importância da celebração da jmj a nível local. Muitas Igrejas particulares já têm no calendário alguma forma de evento dedicado aos jovens, embora em datas e modalidades diferentes (regionais, nacionais, continentais...). A essas realidades locais, estas Orientações chegarão para confirmar e valorizar o que já têm feito. Onde ainda não há nada nesse sentido, o escopo destas Orientações é encorajar as Igrejas particulares a descobrir os muitos frutos que podem nascer da celebração diocesana/eparquial da jmj.
O terceiro capítulo volta a tratar da escolha da nova data da celebração da jmj diocesana/eparquial na solenidade de Cristo Rei. Nesse dia, a Igreja inteira é chamada a reunir-se ao redor dos seus jovens, de todos os jovens, para lhes transmitir esta grande mensagem: «Jesus ama-os, e vocês estão no coração da Igreja. A Igreja tem uma mensagem para vocês, e vocês também têm tanto a dizer à Igreja. Ela hoje quer encontrá-los, escutá-los, quer orar com vocês e por vocês. Quer celebrá-los». Lê-se nas Orientações: «O convite para cada diocese/eparquia é que celebre a jmj na Solenidade de Cristo Rei. De fato, é desejo do Santo Padre que, nesse dia, a Igreja universal coloque os jovens no centro de sua atenção pastoral, reze por eles, faça gestos que os tornem protagonistas, promova campanhas de comunicação, etc. Idealmente, um evento (diocesano/eparquial, regional ou nacional) deveria ser organizado no próprio dia de Cristo Rei. Entretanto, por várias razões, pode ser necessário realizar o evento em outra data. [...] Sugere-se que a Jornada mundial da juventude seja realizada na mesma data da Solenidade de Cristo Rei, mesmo em Igrejas cujo rito não prevê esta solenidade ou a celebra em outro dia. No entanto, os Ordinários têm a faculdade de decidir de outra forma».
O quarto capítulo é o mais longo e detalhado; reúne alguns dos aspectos salientes que emergiram das décadas de experiência na celebração das edições internacionais da jmj. São enumeradas diversas propostas pastorais que refletem a riqueza do evento. Mas a palavra-chave aqui é “criatividade/fantasia pastoral”. Não propomos um modelo único a seguir à risca, mas damos essencialmente sugestões que cada Igreja ou realidade eclesial pode adaptar e reelaborar, no todo ou em parte, em função da sua própria experiência e das necessidades pastorais.
O quinto capítulo centra-se no protagonismo juvenil. Com este capítulo, quisemos voltar a propor a forte mensagem que surgiu no Sínodo de 2018, a saber, fazer com que os jovens tomem parte — hoje — na vida e na missão da Igreja, porque, como diz com frequência o Papa Francisco, os jovens não são o futuro da Igreja. São o presente. São o hoje, o agora. (cf. Homilia da Missa final da jmj no Panamá, 2019). O Documento exorta a superar uma pastoral “para os jovens”, em favor de uma pastoral “com os jovens”. É isto o que pedem os jovens à Igreja: um voto de confiança. Pedem confiança e querem ser acompanhados e encorajados a fim de fazer frutificar a força vital que os move.
Por fim, o sexto capítulo explica a importância da Mensagem anual do Santo Padre para a jmj. Todos os anos, a Igreja celebra os jovens. Todos os anos, o Santo Padre dirige-lhes uma mensagem por ocasião da jmj, uma verdadeira “bússola espiritual” para os jovens e um instrumento precioso para o planeamento da pastoral juvenil.
João Chagas