· Cidade do Vaticano ·

Faleceu por causa da Covid-19 também Paulinho Paiacã

Conhecido defensor da floresta pluvial amazónica

O líder indígena Paulinho Paiakan (Afp)
23 junho 2020

Muitos países da América Latina estão, a nível global, entre os que registam o maior número de mortes por cem mil habitantes. Em particular o Equador, o Brasil e o México, juntamente com o Canadá e os Estados Unidos, lideram esta triste classificação. Toda a região da América Latina, com uma média de quase 50.000 novos casos e mais de duas mil mortes ao dia, está a avançar a um ritmo acelerado para os dois milhões de contágios. No que diz respeito às mortes, a América Latina ultrapassou o número 86.000 mortos e, segundo os especialistas, poderá chegar a 100.000 em poucos dias.

Na região, o Brasil é o principal protagonista. O Ministério da Saúde de Brasília anunciou que os contagiados continuam a aumentar e, neste momento, com 32.188 novos casos nas últimas 24 horas, atingiram 955.377 unidades. Os óbitos totalizaram 46.510, tendo sido registados 1.269 no último boletim diário.

Paulinho Paiacã, um dos mais conhecidos defensores indígenas da floresta amazónica, hospitalizado no dia 8 de junho no estado do Pará por complicações ligadas à Covid-19, faleceu há dois dias com 65 anos. Nos anos 80, tornou-se um rosto conhecido mundialmente pelo seu empenho na luta contra o projeto hidroelétrico brasileiro de Belo Monte, a terceira maior barragem do mundo. Segundo a apib — Associação dos Povos Indígenas do Brasil — os Caiapós estão entre os 287 indígenas que morreram e entre os cerca de 5.500 que, até agora, resultaram positivos ao vírus no país.