É necessário enfrentar o «grande desafio da inculturação», procurando linguagens e modalidades que sejam compreensíveis para anunciar o Evangelho aos homens do nosso tempo, escreve o Santo Padre na mensagem enviada aos Delegados reunidos em Assembleia capitular dos Rogacionistas do Coração de Jesus por ocasião do xi Capítulo geral da Congregação, que foi inaugurada no dia 5 de Julho no centro de espiritualidade «Rogate» em Morlupo, nos arredores de Roma.
Aos Delegados
para a Assembleia capitular
dos Rogacionistas
do Coração de Jesus
Por ocasião do vosso xi Capítulo geral, desejo unir-me espiritualmente a vós, que estais a viver um acontecimento de graça: ele constitui uma válida exortação a voltar cada vez mais às raízes da vossa Congregação, a aprofundar o carisma para depois poder encarná-lo no contexto sociocultural contemporâneo, segundo as modalidades mais oportunas.
Nestes dias intensos, desejais focalizar a vossa atenção sobre o tema: «Regra de vida, expressão da consagração, garantia da identidade carismática, sustentáculo da comunhão fraterna e programa de missão». Vós tencionais rever e aprovar as Constituições e as Normas do vosso Instituto, para as adaptar especialmente à nova sensibilidade eclesial inspirada pelo Concílio Vaticano II e codificada no Código de Direito Canónico hoje em vigor. Este compromisso tem uma importância particular, porque se trata de apresentar a toda a Família religiosa os textos de referência aos quais cada um deverá conformar a própria experiência de vida fraterna e apostólica, para ser sinal eloquente do amor de Deus e instrumento de salvação em todos os ambientes. Deus abençoe estes vossos propósitos! A fim de que isto seja frutuoso, é necessário que conserveis fielmente o património espiritual que vos foi transmitido pelo vosso fundador, Santo Aníbal Maria Di Francia, que amou intensamente Cristo e sempre se inspirou nele, no cumprimento de um apostolado vocacional próvido, assim como de uma obra corajosa em benefício do próximo em necessidade. Segui o seu exemplo e continuai com alegria a sua missão, ainda hoje válida, não obstante tenham mudado as condições sociais em que vivemos. De modo particular, difundi cada vez mais o espírito de oração e de solicitude por todas as vocações na Igreja; sede trabalhadores diligentes em vista do advento do Reino de Deus, dedicando-vos com todas as vossas energias à evangelização e à promoção humana.
O grandioso desafio da inculturação exorta-vos hoje a anunciar a Boa Nova com linguagens e modalidades que sejam compreensíveis para os homens da nossa época, comprometidos em processos sociais e culturais em fase de rápida transformação. Por conseguinte, é vasto o campo de apostolado que se abre à vossa frente! A exemplo do vosso Fundador, consagrai a vossa existência a quantos têm «sede» de esperança, cultivai uma autêntica paixão educativa sobretudo a favor dos jovens, dedicai-vos a uma actividade pastoral generosa no meio do povo, de maneira especial em prol de quantos sofrem no corpo e no espírito. A este propósito, apraz-me repetir-vos aquilo que eu disse recentemente, quase no encerramento do Ano sacerdotal: «Cada Pastor é um meio através do qual o próprio Cristo ama os homens: é mediante o nosso ministério – prezados sacerdotes – é através de nós que o Senhor alcança as almas, as instrui, conserva e guia» ( Audiência geral de quarta-feira, ed. port. de L'Osservatore Romano de 29 de Maio de 2010).
A vossa Congregação gloria-se de uma longa história, escrita por corajosas testemunhas de Cristo e do Evangelho. Neste sulco, hoje sois chamados a caminhar com zelo renovado para progredirdes, com liberdade profética e discernimento sábio, por veredas apostólicas e fronteiras missionárias audaciosas, cultivando uma estreita colaboração com os Bispos e os demais componentes da Comunidade eclesial. Os vastos horizontes da evangelização e a urgente necessidade de dar testemunho da mensagem evangélica a todos, sem qualquer distinção, constituem o campo do vosso apostolado. Numerosas pessoas ainda esperam conhecer Jesus, único Redentor do homem, e não poucas situações de injustiça e de dificuldade moral e material interpelam os fiéis.
Uma missão tão urgente exige uma conversão pessoal e comunitária incessante. Só corações totalmente abertos à obra da Graça são capazes de interpretar os sinais dos tempos e de corresponder aos apelos da humanidade, que tem necessidade de esperança e de paz.
Resplandeça nos vários campos do vosso serviço eclesial a adesão fiel a Cristo e ao seu Evangelho. A Virgem Santa, Rainha das vocações e Mãe dos sacerdotes, vos proteja e assista e seja a guia segura ao longo do caminho da vossa Família religiosa, para que possa completar todos os seus projectos de bem. Com estes bons votos, enquanto asseguro a minha recordação carinhosa na oração por todos e cada um de vós, bem como pelos vossos trabalhos capitulares, concedo-vos de coração a minha Bênção, que de bom grado faço extensiva a todos os Rogacionistas, às Filhas do Zelo Divino e a quantos encontrais no vosso apostolado quotidiano.
Vaticano, 1 de Julho de 2010.
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