Deixemos que Jesus nos encontre «com pouca vigilância, abertos», a fim de que ele posso renovar-nos a partir do fundo da nossa alma. Foi o convite do Papa Francisco no início do tempo do Advento. O Pontífice dirigiu-o aos fiéis durante a missa celebrada na manhã de segunda-feira 2 de Dezembro, na capela de Santa Marta.
Começamos nestes dias, frisou, «um novo caminho de Igreja, um caminho do povo de Deus rumo ao Natal. E caminhamos para o encontro do Senhor». De facto, o Natal é um encontro: não só «um evento temporal – especificou o Pontífice – ou uma recordação de algo bom. O Natal é algo mais. Nós vamos por esta estrada para encontrar o Senhor». Portanto, no período do Advento «caminhamos para o encontrar. Encontrá-lo com o coração, com a vida; encontrá-lo vivo, como ele é; encontrá-lo com fé».
Na verdade, não é «fácil viver com a fé», frisou o bispo de Roma. E recordou o episódio do centurião que, segundo a narração do evangelho de Mateus (8, 5-11), se prostrou diante de Jesus para lhe pedir que curasse o seu servo. «O Senhor, na palavra que ouvimos – explicou o Papa – admirou-se com este centurião. Ficou surpreendido com a sua fé. Percorreu um caminho para se encontrar com o Senhor. Mas tinha-o feito com fé. Por isso não só se encontrou com o Senhor, mas sentiu a alegria de ter sido encontrado pelo Senhor. Este é precisamente o encontro que desejamos, o encontro da fé. Encontrarmo-nos com o Senhor, mas deixar também que ele nos encontre. É muito importante!».
Quando nos limitamos só a encontrar-nos com Ele, explicou, «somos nós – mas dizemos isto entre aspas – os “donos” deste encontro». Quando ao contrário «deixamos que ele se encontre connosco, é ele que entra dentro de nós» e nos renova completamente. «Eis – afirmou o Santo Padre – o que acontece quando Cristo vem: refazer tudo, refazer o coração, a alma, a vida, a esperança, o caminho».
Portanto, neste período do ano litúrgico, estamos a caminho para nos encontrar com o Senhor, mas também e sobretudo «para deixar que ele se encontre connosco». E devemos fazê-lo com coração aberto, «para que ele se encontre comigo, me diga o que quer dizer, que nem sempre é o que desejo que ele me diga!». Então, não nos esqueçamos que «ele é o Senhor e me dirá o que tem para mim» para cada um de nós, porque «o Senhor – frisou o Pontífice – não nos vê todos juntos, como uma massa: não, não! Ele olha para cada um de nós directamente nos olhos, porque o amor não é abstrato mas é concreto. Pessoa por pessoa. O Senhor, pessoa, olha para mim, pessoa». Eis porque deixar que o Senhor se encontre connosco significa definitivamente «deixarmo-nos amar pelo Senhor».
«Na oração no início da missa – recordou o Pontífice – pedimos a graça de percorrer este caminho com algumas atitudes que nos ajudam. A perseverança na oração: rezar mais. A laboriosidade na caridade fraterna: aproximar-nos mais dos necessitados. E a alegria no louvor ao senhor». Portanto «comecemos este caminho com a oração, a caridade e o louvor, de coração aberto, para que o Senhor se encontre connosco». Mas, na conclusão o Papa pediu, «por favor, que nos encontre disponíveis, abertos!».
Praça De São Pedro
8 de Dezembro de 2019

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