Em defesa dos homens e da terra
É preciso que as instituições e organismos estatais prestem mais atenção a fim de apoiar e defender a vida dos camponeses e das comunidades indígenas. Foi a solicitação do episcopado brasileiro no relatório de 2016 sobre os «Conflitos agrários», elaborado pela Comissão pastoral da terra. Um estudo do qual emerge com clareza que o ano passado – com 61 pessoas assassinadas durante conflitos sociais em defesa da terra – será recordado como «terrível»: 11 homicídios a mais em relação a 2015. Um dado recorde comparado com os últimos treze anos. «Este relatório não é um livro, ao Brasil não queremos apresentar dados, mas pessoas», afirmou D. Leonardo Ulrich Steiner, secretário-geral da CNBB e bispo auxiliar de Brasília, ao apresentar o estudo na presença de jornalistas, líderes sociais e parlamentares.
Há mais de trinta anos, exatamente desde 1985, a Igreja no Brasil, sobretudo através da Comissão pastoral da terra chama a atenção da opinião pública e das instituições sobre os conflitos que nascem por causa da monopolização do território, da água e de muitos recursos naturais.
Conflitos que acabam cada vez mais em sangue. Com uma tendência que parece irreprimível: 2015 já tinha sido considerado um ano recorde com 50 homicídios.
Nesta perspetiva, D. Enemésio Ângelo Lazzaris, bispo de Balsas e presidente da Comissão pastoral da terra, evidenciou a seriedade do trabalho de equipe realizado pelos autores do relatório para preparar a documentação e elaborar a investigação. Mas, sobretudo, chamou a atenção para o estado de abandono em que se encontram as comunidades indígenas, os agricultores e os pescadores. «É necessário insistir mais – afirmou – para que os direitos adquiridos por essas comunidades sejam mantidos, confirmados e até ampliados». Neste sentido, o relatório destaca também uma série de atos legislativos e de governo que, segundo os bispos, a partir de 2015, resultariam em redução dos direitos já conquistados.
Praça De São Pedro
25 de Abril de 2018

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